A Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) realizará em São Paulo, no dia 21 de setembro deste ano, seu I Congresso Internacional de Educação, com o tema “Convivência pacífica e inclusiva nas escolas: pelo fim da intolerância, do racismo e da discriminação no ambiente escolar”.
Pedagogos, psicólogos, educadores de diferentes formações estarão reunidos para promover uma reflexão profunda sobre temas como bullying e cyberbullying, educação antirracista, inclusão, diversidade de gênero, radicalização online, cidadania digital, entre outros.
O Congresso reunirá pensadores de reconhecimento internacional, como António Nóvoa (Portugal), José Avilés (Espanha) e Philippe Meirieu (França), e alguns dos mais destacados especialistas brasileiros que, por diferentes caminhos, tratam da convivência e do respeito à diversidade na escola, no contexto dos desafios da sociedade contemporânea.
O I Congresso Abepar inova também na forma. O objetivo é proporcionar uma experiência pedagógica que fortaleça o sentido de pertencimento dos educadores e favoreça transformações de conceitos e práticas.
O encontro será uma vivência com caráter imersivo. Os educadores das escolas da Abepar passarão todo o dia no mesmo espaço, inclusive para o almoço conjunto (incluído no valor do ingresso). Haverá também atividades artísticas e culturais e, no fim, uma festa de encerramento que celebra nossa identidade institucional.
Dois dos grandes pensadores contemporâneos da atualidade, António Nóvoa e Philippe Meirieu, conversam sobre os desafios da educação do mundo contemporâneo do ponto de vista da escola como um ambiente de construção do bem comum e da qualidade da convivência. Nóvoa estará presencialmente no Congresso e Meirieu participa em uma conversa em vídeo com Nóvoa, especialmente feita para o evento.
António Nóvoa é reitor honorário da Universidade de Lisboa e um dos redatores do documento "Reimaginar os nossos futuros juntos – um novo contrato social para a Educação", publicado pela UNESCO, em 2022.
Philippe Meirieu é pesquisador, escritor e político francês. É professor emérito da Universidade Lumière Lyon 2, onde fundou o Instituto de Ciências e Práticas de Educação e Formação.
Educar para a diversidade e para a convivência requer mais do que projetos e ações isoladas. É preciso que a escola se organize estruturalmente para se transformar em um espaço de convivência humana, em que temas como empatia e a valorização do diverso tenham tanta importância como o ensino das disciplinas tradicionais.
José Avilés é pesquisador da Universidade de Valladolid (Espanha), e um dos precursores do estudo do bullying. Forma parte da Rede Europeia para a Competência Social e Emocional e é autor de diversos livros sobre o tema da convivência.
Ednéia Gonçalves é socióloga e educadora. Atua como formadora de gestoras e professoras em organismos internacionais e redes públicas e privadas na área de Educação e Relações Étnico-raciais. É autora do prefácio do livro Ensinando Comu nidade – Pedagogia da Esperança de bell hooks
O (cyber) bullying é um dos grandes desafios atuais para a escola. Entre as principais preocupações apontadas pelas famílias,no momento da escolha de uma escola, está, justamente, a forma como os temas da convivência são tratados. Fenômeno complexo, o bullying e sua versão virtual, o cyberbullying, requerem ações intencionais considerando um trabalho sistemático com alvos, autores e espectadores.
Adriana Ramos é pós-doutora em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP. Pesquisadora do GEPEM e coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Educação e Infância - Instituto Vera Cruz. É Gestora Integrada do Convivere Mais.
Historicamente, as práticas pedagógicas em escolas brasileiras centram-se, prioritariamente, nas experiências de caráter cognitivo; dedica-se boa parte dos currículos formais apenas aos conhecimentos de ordem conceitual e/ou disciplinar. Refletiremos, nesta atividade, sobre o papel da escola e sobre os elementos centrais para construção de um currículo que favorece a convivência respeitosa, valorizando a dimensão ética em todas as etapas da Educação Básica.
Catarina Gonçalves é doutora em Educação e professora-adjunta do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Desenvolve estudos sobre os diversos fenômenos de violência escolar, com foco para a convivência entre estudantes desde a infância.
As relações raciais e a branquitude na sociedade e nas instituições envolvem uma dinâmica complexa de poder e privilégio. A branquitude, frequentemente invisibilizada, atua como norma-padrão, influenciando políticas, práticas e estruturas que perpetuam desigualdades raciais. Reconhecer e desafiar a branquitude é essencial para promover equidade racial e justiça social, tanto na sociedade quanto nas instituições.
O CEERT tem a missão de promover a equidade racial, em intersecção com gênero, no campo de Direitos Humanos e desenvolvimento socioeconômico, priorizando as mulheres e jovens negros e negras. Será representado pela equipe: Cida Bento, Júlia Rosemberg e Daniel Teixeira.
Na construção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 194 países formaram consenso sobre a necessidade de se educar para a paz. Educar para a paz, nestes tempos conturbados em que vivemos, significa educar para termos orgulho de sermos diversos e de termos posições diferentes. É importante que as posições controversas possam estar presentes no ambiente escolar para que sejam discutidas em um clima harmonioso, que é a base de uma sociedade coesa.
Claudia Costin é professora e uma das mais respeitadas especialistas em educação do país. Fundou e dirigiu o Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas. Foi Diretora Global de Educação do Banco Mundial e foi membro da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Até 2022, foi professora visitante da Faculdade de Educação da Universidade de Harvard, tendo lecionado também na PUC-SP, no Insper e na Enap (Canadá). Foi ministra da Administração e Reforma do Estado, secretária de Cultura do Estado de São Paulo e secretária de Educação do município do Rio de Janeiro. É cofundadora do movimento da sociedade civil Todos Pela Educação. Integra, desde o final de 2020, o UIL - Instituto para Aprendizagem ao Longo da Vida - Institute for Lifelong Learning - da Unesco e o Conselho da Qatar Foundation.
A palestra abordará as diferentes dimensões da Educação para as Relações Étnico-raciais, com especial enfoque nas mudanças curriculares necessárias à implementação da legislação educacional relativa ao tema.
Luciana Alves é mestre em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e doutoranda em educação na Universidade de Campinas (Unicamp). Consultora de educação e relações raciais, dedica-se à pesquisas sobre desigualdades educacionais. É autora do livro "Ser branco" (Hucitec).
A inclusão de pessoas com deficiência é um dos grandes desafios das escolas no mundo contemporâneo. Requer uma mudança de perspectiva na Educação e de estrutura da escola, com a corresponsabilização de todos – a partir da alta gestão, passando pela formação contínua dos professores e demais colaboradores, e, por fim, uma tomada de consciência de toda a comunidade.
Mariana Rosa é mestranda em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), é integrante do Coletivo Feminista Helen Keller e cofundadora do Instituto Cáue. Consultora em educação inclusiva, é Conselheira do Conselho Nacional de Educação.
O Brasil está entre os países com maior número de homicídios de LGBTs e mulheres no mundo. Machismo, homofobia e transfobia estão enraizados na cultura brasileira. A consciência da necessidade de acabar com a violência é fruto de uma maior abertura ao debate sobre as relações entre homens e mulheres, diversidade sexual e identidade de gênero. Este é um papel fundamental a ser desempenhado por educadores.
Maya Foigel é psicóloga e psicanalista, atuando com clínica e pesquisa das transidentidades. Consultora de diversidade sexual e gênero, é co-fundadora do grupo de trabalho Generidades, no Instituto Sedes Sapientiae. É mestranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP.
Nesta apresentação, vamos detalhar a relação entre a radicalização online e as subculturas nocivas presentes na internet, com foco na proteção e prevenção do extremismo entre crianças e adolescentes. Serão abordadas estratégias e ações práticas para lidar com esse fenômeno e garantir a segurança no ambiente virtual.
Michele Prado é escritora e pesquisadora em radicalização, extremismo e terrorismo online. É fellow da Social Change Initiative (Belfast-Irlanda) e fundadora da Stop the Hate Brasil.
Por que nossas cidades são marcadas pela precariedade? Por que a maior parte de seus moradores é privada de condições básicas de urbanidade? A palestra abordará de que forma políticas, programas e o planejamento das cidades brasileiras constroem a desigualdade. Mas também ,diante da emergência climática e da crise habitacional,como repensar os modelos de cidade da era carbocêntrica e da hegemonia das finanças.
Raquel Rolnik é urbanista, professora titular da FAU-USP e prefeita do campus da Universidade de São Paulo. Foi Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (2003-07) e autora de vários livros e artigos, entre eles "São Paulo: Planejamento da desigualdade" (Fósforo).
A saúde mental ganhou um grande destaque na agenda escolar devido ao aumento de casos extremos e ao clima de insegurança. Apesar dos progressos, o campo da saúde mental continua sendo visto com preconceito, o que dificulta a implementação de novas estratégias eficientes nas escolas. Vamos refletir sobre como uma nova cultura de saúde mental,em que todos se responsabilizam, pode ter impacto nas escolas.
Rodrigo Bressan é psiquiatra e neurocientista, professor livre-docente da UNIFESP, PhD e professor visitante do King’s College London. Autor do livro “Saúde Mental na Escola – o que os educadores precisam saber” e presidente da ONG Instituto Ame Sua Mente.
Convidamos os educadores a uma reflexão aprofundada sobre os hábitos de uso de telas pelos estudantes e as implicações que o uso passivo e excessivo da internet produzem na convivência dentro e fora das escolas. A palestra abordará como um currículo de cidadania digital pode estimular a comunidade escolar a desenvolver habilidades e competências fundamentais para a segurança e o bem-estar no ambiente digital.
Rodrigo Nejm é doutor em Psicologia pela UFBA, pesquisando as interações sociais de adolescentes na era digital. Mestre em Gestão e Desenvolvimento Social, atualmente é consultor em educação digital no Instituto Alana e pesquisador no estudo Disrupting Harm do Unicef.
Em nossas sociedades ocidentais modernas, a educação de cada criança é uma responsabilidade compartilhada por duas instituições – a família e a escola. Ainda que com objetivos convergentes, essas duas instituições desempenham papeis e funções distintas. Espera-se que ambas consigam trabalhar de modo colaborativo, mas as tensões são inevitáveis, dado que têm que realizar juntas a difícil tarefa de articular o mundo público e o privado. Neste encontro, discutiremos as tensões atuais entre a família e a escola em sua perspectiva de convergir para o objetivo mais amplo de toda educação: inserir a criança no mundo.
Rinaldo Voltolini é psicanalista, doutor em Psicologia pelo IP-USP, pós-doutor em psicopatologia e psicogênese pela Université Paris XIII, professor livre da docente FE-USP, editor da revista Estilos da Clínica, coordenador do Lepsi, membro fundador da Redippol e autor de vários livros e artigos de Psicanálise, política e educação.
Uma das características do contemporâneo é o acesso das crianças desde muito cedo na educação infantil. Junto a isso, o tempo de permanência e o fato de que, em geral, encontram outras crianças apenas na escola, faz com que o projeto de socialização construído na educação infantil ganhe relevo. Nos tornamos humanos a partir dos modelos de relação que vamos estabelecendo ao longo da vida. Por isso, a ideia desse diálogo é pensar sobre os modelos de socialização na educação infantil e o impacto disso para a construção do projeto civilizatório.
Paulo Fochi é doutor em Educação (USP) com estágio doutoral na Universidad de Barcelona (Espanha), mestre em Educação (UFRGS) com estágio no na Universidad Publica de Navarra (Espanha) com supervisão do professor Alfredo Hoyuelos, pesquisador colaborador do Instituto de Inovação para a Educação (Unisinos). Já atuou em diversos trabalhos junto ao Ministério da Educação, dentre esses, como um dos quatro consultores para a elaboração da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil. É fundador do Observatório da Cultura Infantil (OBECI).
Quem pode participar
O I Congresso Abepar foi concebido como uma atividade das escolas associadas, mas as inscrições estão abertas para todas as escolas interessadas.
Valor do ingresso
Para inscrições de educadores de escolas da Abepar: R$ 280,00
Para as demais escolas: R$ 350,00 Importante: o valor já inclui todos os serviços, brindes, atividades, um almoço especial e o happy hour de confraternização.Formato do evento
O evento acontecerá ao longo de todo o dia, entre 9h e 16h30, com almoço incluído na inscrição. Pela manhã, haverá duas conferências internacionais para todo o público presente. A partir das 13h30, serão oferecidas 12 atividades simultâneas, replicadas em dois horários, pelos mesmos palestrantes convidados. Assim, cada educador inscrito, poderá assistir a duas palestras. A primeira entre 13h30 e 14h45 e a segunda entre 15h15 e 16h30. O I Congresso Abepar se encerra com uma confraternização, das 16h30 às 18h, da qual todos poderão participar!
Formas de inscrição
Para as inscrições, o I Congresso Abepar utiliza a plataforma Sympla. O formato do evento obrigará a inscrição em duas etapas diferentes. A partir do dia 5 de agosto, os interessados farão a inscrição geral para participar do evento, diretamente no link da Sympla, o que dará direito à participação total.
Importante: a seleção das duas atividades vespertinas a que terão direito será feita a partir do dia 1º de setembro, com um link específico enviado diretamente aos inscritos, e sem nenhuma cobrança adicional.