Carandá Vivavida: escola e famílias encaram desafios e fortalecem parceria em tempos de coronavírus

Faz parte da cultura da Carandá Vivavida Educação, escola situada na zona sul de São Paulo e associada à Abepar, manter uma postura franca, reflexiva e colaborativa com as famílias que fazem parte da sua comunidade. Esta marcante característica tem sido fundamental para a escola, que está migrando suas aulas para o ambiente digital desde o dia 23/3, quando as aulas presenciais foram suspensas como medida de prevenção contra o novo coronavírus. 

“Já estávamos nos preparando para a suspensão antes disso”, conta Mônica Fujikawa, coordenadora geral da Carandá Vivavida. “No dia 15/3, comunicamos as famílias que o processo de suspensão das aulas teria início em breve e que seria feito de forma gradual. Desde o início, contamos com a colaboração da maioria das famílias nesse processo”. No dia seguinte, o Governo do Estado, junto com o Ministério da Saúde, emitiu a mesma recomendação a todas as escolas.

“Todas as famílias estavam acompanhando as notícias sobre os riscos da doença e as formas de transmissão, então a medida adotada foi recebida de forma natural”, diz Fujikawa. “O próximo passo foi abrir o diálogo para uma ação colaborativa e reflexiva entre escola e comunidade escolar, principalmente em relação à reorganização das rotinas em casa. Nesse sentido, a Carandá tem tido um contato muito intenso com as famílias, escutando e considerando os contextos apresentados”. (Na foto, aluno da Carandá Vivavida em contato com professora por videoconferência)

Desde então, a escola tem buscado, junto com sua comunidade escolar, soluções às diferentes dificuldades que surgem. “Com o passar dos dias e com o agravamento da crise, a reação dos pais também oscila, o que é normal”, conta a coordenadora. “A escola tem procurado se manter próxima, respondendo às demandas pedagógicas e emocionais de todas as partes, fazendo contatos individuais e coletivos, seja para cada um dos segmentos, seja para toda a sua comunidade”. 

Escola e famílias encaram juntas o desafio

Nos primeiros dias, as atividades remotas foram adaptadas à rotina dos alunos em casa. Segundo a coordenadora, equipe pedagógica e famílias concluíram que o melhor caminho no começo seria propor as atividades e acompanhar seu desenvolvimento considerando os horários e as rotinas dos alunos neste período. Enquanto isso, todos os professores foram treinados para passarem a utilizar a ferramenta Teams, da Microsoft, por onde hoje são realizadas as aulas ao vivo. 

Até o momento, os alunos dos últimos anos do Ensino Fundamental 2 e do Ensino Médio recebem as atividades enviadas pelos professores pela plataforma educacional EdModo, que já era utilizada por eles. Tal mudança de rotina tem sido encarada de forma madura pelos estudantes. “Os alunos passaram a entender que, apesar de contarem com o suporte do professor sempre, este é um momento em que devem ter responsabilidade e regulação pela sua aprendizagem, pelos seus horários de estudo”, comenta Fujikawa. (Na foto, aluna reunida com colegas em videoconferência com professora)

A situação é diferente para os alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental 1 e dos primeiros anos do Ensino Fundamental 2. As atividades a serem desenvolvidas com as crianças em casa têm sido enviadas por meio de vídeos através do aplicativo ClassApp. Muito em breve, no entanto, a comunicação será feita ao vivo. 

 “Em relação aos alunos da Educação Infantil, será definido um horário em que as turmas das crianças maiores possam se encontrar por videoconferência”, diz a coordenadora. “Precisamos dar atenção ao contato entre as crianças e os professores, mesmo que virtualmente. Estamos nos preparando para logo estarmos juntos, brincando e interagindo, propondo atividades e escutando as crianças.”

“Já com relação as crianças do berçário, sabemos que são incapazes de ficar muito tempo frente à uma tela e somos críticos efusivos de colocá-las em contato prolongado com os meios eletrônicos e mídias sociais”, pontua Fujikawa. “Estamos, porém, enfrentando uma situação adversa. Neste momento, temos revisto algumas de nossas posições em prol das crianças – sempre conversando e discutindo com as famílias o melhor caminho, o que traga mais benefícios a eles”.

A atuação dos pais, inclusive, tem sido de suma importância neste momento, uma vez que certos aspectos da rotina escolar precisam ser mantidos, de acordo com Mônica. “Não temos a pretensão, claro, de que as famílias sigam religiosamente em casa a rotina que as crianças levam na escola”.

“O que queremos é que a criança reconheça, em algum momento do dia, algo que costuma fazer na escola e que ela está fazendo em casa. O que é importante neste caso: a hora da história, o brincar, o fazer, o observar, o experimentar. E a gente precisa dos pais neste processo porque eles serão os adultos que irão assumir de mediação dessas atividades”, declara.

Colaboração dos pais

A contrapartida das famílias tem sido, para a coordenadora da Carandá Vivavida, “de uma grande generosidade”.

“Muitos pais que atuam na área de Tecnologia da Informação e Tecnologia Educacional nos oferecem ajuda, nos dão sugestões, sugerem caminhos”, diz. “E mesmo quando criticam ou questionam algo, sempre são muito conscientes do período que estamos vivendo. As críticas são sempre no sentido de contribuir e ajudar.” 

Para Mônica Fujikawa, o diálogo com as famílias, tão intrínseco ao DNA da Carandá Vivavida, é o que tem mantido a escola forte e focada neste momento. “A gente tem trabalhado muito, muito mesmo, neste complexo cenário que se configura. Mas essa nova lógica não deve se sobrepor aos princípios da nossa escola. Esse contato que temos estabelecido no cotidiano é muito importante e estamos o tempo todo pensando em ações que sejam coerentes com o que acreditamos e declaramos em nosso Projeto Político Pedagógico”.

 

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