Diálogos Abepar: mais de 200 educadores participam de palestra sobre os impactos da inteligência artificial na educação

A Abepar promoveu no dia 10 de junho, em São Paulo, mais uma edição do Diálogos Abepar, desta vez com foco nas “Oportunidades e Desafios da IA no fazer do educador”. Realizado no Colégio Miguel de Cervantes, instituição associada à Abepar, o encontro foi voltado aos profissionais das escolas associadas e reuniu mais de 200 educadores.

O diretor geral do Colégio Cervantes, Jorge Berné, agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância da Abepar como fórum para o debate de temas educacionais e a troca de ideias e de apoio entre as escolas associadas.

Na abertura, Maria Eduarda Sawaya, presidente da Abepar, ressaltou a importância da troca entre educadores para enfrentar os desafios contemporâneos com responsabilidade e sensibilidade. Sawaya fez questão de destacar o trabalho da Equipe de Curadoria da Abepar, que propõe temas e nomes para os encontros da Associação.

A palestra foi conduzida por Álvaro Machado Dias, professor da Unifesp e especialista em inteligência artificial e processos decisórios. Ele apresentou uma reflexão sobre como a IA está transformando não apenas a tecnologia, mas também a cultura e a maneira como nos relacionamos com o conhecimento.

Um dos temas centrais foi a sobrecarga informacional. Álvaro explicou que, diante do volume massivo de dados, os algoritmos tornaram-se essenciais para filtrar e organizar informações, influenciando inclusive comportamentos no ambiente escolar. “Vivemos numa era de quintilhões de dados. Sem algoritmos, não conseguimos mais nos orientar”, afirmou.

O palestrante também abordou as transformações já perceptíveis em sala de aula. Dados recentes mostram que cerca de 22% das crianças entre 8 e 12 anos já utilizam ferramentas de IA generativa, muitas vezes para realizar tarefas escolares.

Segundo ele, esses modelos de linguagem contribuem para a compreensão, aplicação e análise de informações, mas podem enfraquecer a memória de longo prazo, a avaliação crítica e a criatividade, ao favorecerem respostas médias e reduzirem o esforço cognitivo.

Destacou que a maior preocupação dos educadores não está no uso da tecnologia em si, mas na formação crítica dos estudantes. “A IA pode ser uma ferramenta poderosa de apoio à aprendizagem, desde que acompanhada por uma mediação qualificada e responsável.”

Ele reforçou o papel fundamental dos professores nesse novo cenário, sendo mediadores éticos, curadores de conhecimento e guias no desenvolvimento de alunos mais autônomos, criativos e conscientes das potencialidades e limites da tecnologia.

A presidente da Abepar, Maria Eduarda Sawaya, agradeceu ao Colégio Miguel de Cervantes pela recepção e pelo apoio à realização do encontro, reafirmando a importância da colaboração entre as escolas associadas para promover espaços de reflexão e formação.

Jorge Berné, Álvaro Machado Dias, Maria Eduarda Sawaya, Silvia Rizzi, Analívia Lacerda

 

 

 

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