Em editorial publicado no dia 8/9, o jornal Folha de S. Paulo defendeu a volta às aulas no país, sustentando que “o alongamento da quarentena acarretará prejuízo certo e crescente para crianças e jovens, ao passo que os riscos de infecção se afiguram cada vez mais baixos ou administráveis.”
Apontando a baixa na curva de casos, o jornal relembrou exemplos de outros países que já fizeram a reabertura. “Nos países onde houve retorno às aulas, predomina a baixa ocorrência de infecções em ambiente escolar e raríssimos casos fatais.”
“Imperioso se mostra debater e decidir não se aulas devem voltar, sobretudo no ensino público, mas em quais condições”, sustenta o editorial. “Sem enfrentar o desafio, aumentarão a evasão escolar e a desnutrição de estudantes que dependem de merenda, carecem de meios para acompanhar ensino a distância e são mais vulneráveis à violência doméstica.”
Sobre a volta nas escolas particulares, o jornal escreveu “escolas particulares, ao menos as de elite, já têm pronto um cabedal de medidas de prevenção para reiniciar atividades. Seus alunos se distanciarão ainda mais dos que só têm a escola pública como opção.”
O jornal defendeu ainda que essa deve ser uma atitude livre de pressões políticas e que “os governantes devem afastar-se da tentação política, em ano eleitoral, de manter escolas fechadas para não desagradar sindicatos de professores enquanto os shoppings funcionam e as praias estão abarrotadas.”
O editorial apresentou números da reabertura no estado de São Paulo “a reabertura foi autorizada na terça (8) em cidades há 28 dias na chamada fase amarela, só 128 dos 645 municípios autorizaram o retorno, sobretudo na rede privada.”
Quanto a possíveis novos casos, o jornal lembra que “experiências internacionais indicam que fundamental é identificar portadores de sintomas, testá-los e rastrear os contatos dos casos confirmados, para isolamento”.
Ao poder público compete, segundo a publicação, aparelhar-se para tornar isso possível, além de normatizar e fiscalizar as regras de distanciamento mandatórias. Aos educadores e pais, sustenta a Folha, cabe “demandar do Estado o cumprimento da exigência constitucional de prover educação –para todos”.
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