A Carandá Educação vai retomar as aulas presenciais em agosto de 2021 em uma nova unidade, recém-construída. O novo espaço tem 10.500 metros quadrados de área em terreno de 3.300 metros, localizado junto à rua Joaquim de Almeida, 459, no bairro de Mirandópolis, próximo à avenida José Maria Whitaker, na zona Sul da capital.
Planejado a partir de referências do que há de mais atual em soluções de arquitetura para escolas, o novo espaço ergueu-se a partir de valores e conceitos há muito professados pela instituição. A nova sede tem estrutura, espaços e funcionalidades intimamente conectadas com o projeto pedagógico da Escola e em sintonia com os desafios dos novos tempos. É um sonho há muito acalentado que agora finalmente é transformado em realidade.
O projeto contou com um estímulo externo: o imóvel onde está hoje parte da Unidade 3 foi comprado por uma incorporadora. Nesse processo, um novo e inesperado parceiro apareceu para viabilizar a construção de uma nova unidade em outro local. Esse parceiro é a incorporadora Patrimônio, que se mostrou disposta a erguer o prédio para aluguel no modelo built to suit. A direção e a equipe da empresa envolveram-se profundamente com o projeto, participando com entusiasmo e sensibilidade de todas as etapas do processo.
O projeto foi pensado coletivamente. Todo o grupo pedagógico, alunos e alunas refletiram, discutiram e levaram as suas descobertas para os arquitetos. As crianças também participaram. Foram muitas as ideias que nasceram dos alunos, como o escorregador para fora do prédio, o periscópio que enxerga a rua e o balanço que poderá ser usado pelo colega com dificuldade motora.
Alunos e alunas do 1º ano do Ensino Fundamental tiveram uma conversa muito produtiva com a arquiteta e paisagista Ciça Barbieri Gorski, que desenhou os parques e áreas lúdicas. Os parques oferecem desafios motores e simbólicos, pensados cuidadosamente para cada faixa etária. Na sede nova vai ser possível e prazeroso aprender física nas gangorras ou nos balanços dos parques para os pequenos, explorar noções de botânica e de história por meio do cuidado com as plantas, e muito mais.
Ao contrário da maior parte dos projetos arquitetônicos, este nasce do vazio, que é a praça central, tão marcante no projeto. Praça é o espaço público por natureza, o lugar onde se dão os grandes encontros, as melhores conversas. A praça nesse projeto conecta o refeitório, os parques e o Centro de Estudos Madalena Freire, lugares que alimentam corpo, alma, mente.
O projeto foi elaborado para garantir que a Praça Central seja a protagonista, o coração da escola, o espaço ideal para promover a integração de toda a comunidade. Amplo e aberto, esse ambiente ajuda a construir convivência e colaboração entre os alunos e educadores. É também um espaço que acolhe, onde a escola receberá as famílias e a comunidade.
A permeabilidade visual também é um elemento fundamental do projeto arquitetônico. Todos os segmentos e pavimentos podem se enxergar. Mesmo os espaços dos pequenos que, embora sejam protegidos, contam com janelas baixas para que eles possam ver a escola. Cada pavimento foi projetado de forma escalonada, onde áreas livres são criadas de maneira desencontrada, promovendo acesso visual aos demais pavimentos e à praça central. O acesso às salas de aula e demais ambientes da escola não acontece por meio de corredores, mas sim através de espaços amplos de convivência, sempre conectados visualmente com a Praça Central.
Além da permeabilidade visual, o conforto térmico e acústico foi também uma demanda apresentada aos projetistas. Esse projeto combinou arquitetura e tecnologia com conhecimento do clima e dos ventos. O resultado foi a presença de ambientes frescos, arejados e bem ventilados. Como isso foi feito?
Para tornar isso realidade, foram analisados os fatores climáticos naquele terreno: de onde vinham os ventos, orientação solar, amplitude térmica. Depois, foram projetadas as janelas, duas em cada sala de aula, localizadas em paralelo. De um lado, a janela da fachada do edifício, protegida pelo brise, um painel vazado que permite a passagem da luz e do vento capaz de filtrar o calor e a radiação solar. Do outro, lado, janelas altas voltadas para os terraços – pátios internos sombreados com vista para a praça central. E, como os terraços estão sempre mais frescos que a fachada, ao abrir as janelas dos dois lados acontece a ventilação natural cruzada, tornando os ambientes arejados de modo a evitar o uso do ar condicionado na maioria das situações.
Os terraços que conectam as salas de aula permitem que o encontro possa expandir-se para a área aberta, ampliando as possibilidades de aprendizado. O 2º andar é composto por espaços comuns, como a biblioteca, o ateliê, a sala maker, o laboratório de ciências, de música. É um amplo espaço para o acesso de alunos e alunas de todas as idades, de fácil acesso também aos estudantes da Educação Infantil e do Fundamental 1, que ficam no primeiro andar, e também aos alunos do Fundamental 2 e do Ensino Médio, que ficarão no 3º andar.
Cultura, arte e esporte estão naturalmente integrados ao projeto pedagógico e ao projeto arquitetônico, pois a arte sempre foi aliada e fonte de inspiração da Escola. Iniciativas de ocupação estão sendo desenvolvidas por artistas ligados à escola ou mesmo por pais de alunos, como a artista plástica Lia Chaia. Por isso, o espaço é pensado também como uma galeria, onde artistas de dentro e de fora da comunidade podem circular, experimentar e revelar suas mais diferentes ideias e expressões.
Na Carandá, a aula não se dá só dentro das salas e a escola não acontece só no tempo regulamentar. Os jovens terão a possibilidade de praticar esportes e desenvolver atividades que contribuam para a construção de seus projetos pessoais. No novo espaço, o período integral e as atividades complementares que antes estavam restritos à Educação Infantil e ao Fundamental 1 se expandem para o Fundamental 2 e o Ensino Médio. Em breve, toda a comunidade escolar – pais de alunos e equipe – poderão também usar este espaço para atividades culturais e esportivas.
O Centro de Estudos Madalena Freire não poderia ficar de fora como parte fundamental do Projeto Político Pedagógico. Na casa nova, o centro é um lugar capaz de abrigar os encontros de formação, de receber educadores de toda a cidade e de fora dela. Um espaço flexível que pode ser modificado de acordo com os usos que a ele forem atribuídos.
Assista aqui o vôo do drone sobre o prédio: https://youtu.be/1iV-6RFJkaA
Sobre a Carandá
Com mais de 40 anos de história, a Carandá Educação nasce da fusão entre a Escola Carandá e o Espaço Vivavida. Após a fusão, passou a se chamar Carandá Vivavida e, em 2021, Carandá, encurtando caminhos e assumindo o nome carinhoso que ganhou ao longo dos anos. É uma escola com uma proposta pedagógica humanista e contemporânea, que envolve os alunos numa formação integral, crítica e atuante, preparando-os para agir coletivamente, de maneira consciente. O projeto pedagógico revela um olhar pulsante e legítimo para a educação. É a partir dele que se constrói e se compartilha conhecimento.
Sobre a Arquitetura
A nova sede da Carandá Educação foi criado pelo escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados, responsáveis por edificações inovadoras como Sesc Avenida Paulista e Kinoplex Itaim, e construído pela Patrimônio. O projeto da Carandá foi objetivo de publicação na revista Galeria de Arquitetura, veja aqui.
Área do terreno: 3.294 m²
Área construída: 10.467 m²
Endereço: Joaquim de Almeida, 459. Mirandópolis