As escolas associadas à Abepar estão preparadas para a retomada gradual e segura das atividades presenciais, afirmou o diretor Cláudio Giardino. O retorno vai acontecer sob rigoroso acompanhamento de protocolos sanitários, elaborados com o apoio técnico de renomadas instituições de saúde, e em sintonia com as determinações das autoridades sanitárias do Estado e dos municípios.
Em entrevista concedida à rádio CBN São Paulo, na sexta-feira (11/9), Cláudio Giardino falou sobre a retomada e as medidas preventivas de segurança que as escolas associas à Abepar irão adotar. Uma delas é a adoção do sistema de ‘bolhas’ ou clusters, já utilizado em outros países. O diretor considera essencial a aprendizagem presencial e reabertura das escolas. A seguir, os trechos mais relevantes da entrevista:
Como tem sido o trabalho da Abepar no que diz respeito aos protocolos de retomada das aulas presenciais?
As escolas que trabalham com Educação Infantil e com o Fundamental I, estudantes de cinco, seis até 10 anos, já trabalham em torno de quatro horas a cinco horas, que é um tempo razoável para esse retorno. Quanto às escolas com Fundamental II e Ensino Médio, que em média trabalham de cinco a seis horas com as crianças, algumas vão manter esse horário normal. Outras vão trabalhar com o horário reduzido, entre quatro e cinco horas. Ficará a critério de cada escola.
Existe alguma orientação para que as unidades voltem com parte dos alunos de todas as séries ou a intenção é priorizar alguma série?
As escolas da Abepar têm feito vários estudos nas últimas semanas, apoiando-se inclusive em estudos e protocolos de países da Ásia e Europa que já estão realizando suas aberturas. Todas as escolas têm um plano de reabertura próprio, fundamentado em regras e protocolos específicos. Elas são apoiadas por empresas de segurança e saúde escolar, além de instituições de saúde como os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.
Esses protocolos elaborados pelas escolas têm sido enviados aos pais, que muitas vezes participam de lives para conhecer essas regras com mais detalhes. Nesses encontros, os educadores explicam aos pais e colaboradores como irão funcionar as regras que aparecem em cada um dos protocolos. Isso tem gerado mais segurança na comunidade escolar em relação a volta dos alunos às aulas presenciais.
Para a volta de alguma série, ano ou algum segmento escolar, cada escola está adotando um critério. Algumas têm priorizado a Educação Infantil e as séries iniciais do Fundamental, principalmente porque as mães dessas crianças, que são crianças menores e que não tem tanta autonomia, precisam voltar ao trabalho. Essas famílias necessitam da escola para que os filhos estudem, aproveitem e até recuperem a parte emocional, que é muito importante para todos. Uma outra parte das escolas tem pensado em abrir para todas as séries, respeitados os 35% de alunos em sala de aula.
A carga horária e o número de dias em que o aluno irá à escola podem ser reduzidos?
Os alunos só voltarão às escolas se for este o desejo dos pais. Isso é facultativo. Cada família vai decidir se o estudante volta ou não nessa primeira fase de reabertura. A ideia é essa. As escolas da Abepar farão novas pesquisas assim que o governo permitir a reabertura. As famílias vão aderir ou não a essa reabertura.
Algumas instituições estão apostando em modelos já aplicados em países onde a pandemia chegou antes, como o chamado sistema de bolhas. Esse modelo é o melhor a ser adotado?
Sem dúvida nenhuma, o sistema de “bolhas” ou “clusters” é fundamental para cada uma das escolas da Abepar e do Brasil como todo. Esse modelo está sendo usando na Europa e nos países da Ásia e vem dando certo. Se você tem grupos de cinco, seis, sete alunos, e esses grupos não se misturam com os outros, caso um aluno de um grupo tenha o coronavírus, o grupo inteiro de seis ou sete alunos ficará afastado das aulas e não todos os grupos da escola. Isso reduz a chance de transmissão. Isso é muito importante para nós, escolas da Abepar.
Vocês orientam que os alunos comam na escola?
Nessa primeira fase, a gente tem orientado as famílias a mandar o lanche para a escola. Queremos evitar que haja o deslocamento até a cantina escolar. Existe também em algumas escolas um acordo entre a cantina escolar e as famílias. Os pedidos podem ser feitos por WhatsApp um dia antes. A cantina prepara o alimento e o envia para a sala de aula. Existem essas duas opções.
A reabertura é uma solução viável?
Ressalto que é muito importante que as escolas reabram e retomem suas atividades dentro desses limites já estabelecidos. Precisamos trazer de volta a aprendizagem para o presencial. Por mais que escolas e professores se esforcem, percebemos que a aprendizagem remota não é o melhor modelo. O ensino remoto supre uma necessidade de momento. Existe uma necessidade vital de sociabilidade e de contato com colegas e professores, respeitando o distanciamento.
Cláudio Giardino – Perfil
Cláudio Giardino é geógrafo, especializado em psicopedagogia e gestão escolar. É autor de livros didáticos e trabalha há 10 anos como gestor de rede de escolas. Atualmente é diretor da Abepar e do grupo de escolas OEP, que reúne Oswald, Elvira Brandão e Piaget).