O confinamento imposto pela disseminação do novo coronavírus no Brasil levou ao fechamento das escolas, que buscam alternativas para não parar o processo pedagógico com os alunos. No Colégio Uirapuru, em Sorocaba (SP), que atende do Berçário ao Ensino Médio e é associado à Abepar, os alunos estão tendo atividades não-presenciais propostas pela escola.
Toda a equipe pedagógica do Colégio está agora profundamente dedicada a elaborar atividades para que os alunos possam, em casa, dar continuidade a conteúdos que começaram a ser estudados em sala de aula e ainda aprender conteúdos novos.
“Está sendo um grande desafio para todos nós, pois temos de reinventar a forma de ensinar”, conta Daniela Almenara, coordenadora pedagógica do Ensino Médio no Uirapuru. “Mas, graças à união e ao empenho da equipe e à participação das famílias e dos alunos, estamos trilhando um bom caminho, inclusive com feedback positivo”.
O Colégio Uirapuru tem utilizado como base a plataforma Google para as atividades não-presenciais, além de algumas outras plataformas que auxiliam em determinados conteúdos e disciplinas. “Como já temos o Google for Education na escola, optamos por utilizar esta plataforma, que tem o que precisamos e os alunos já estão familiarizados”, destaca Maura Bolfer, coordenadora geral.
Berçário
As atividades propostas aos alunos do Berçário são, claro, direcionadas aos responsáveis. “Para essa faixa etária, enviamos às famílias orientações mais aprofundadas em relação ao trabalho que é desenvolvido na escola, à rotina dos bebês quando estão conosco”, explica Maura Bolfer. “Além disso, mostramos alguns tipos de estímulos que podem ser feitos para ajudar no desenvolvimento da criança, inclusive com a seleção de links que os pais podem acessar para cantar para os pequenos, por exemplo. A ideia é dar às famílias todo o apoio nesta nova rotina dos bebês em casa”.
Educação Infantil e Fundamental 1
Para os alunos da Educação Infantil, a escola disponibiliza atividades diárias e também orientações para os responsáveis que farão a mediação. “As propostas seguem o que as crianças estão acostumadas a fazer na escola. São brincadeiras e vivências que precisam ser realizadas sempre com a assistência de um adulto”, conta Maura Bolfer.
Em tempos normais, todas as atividades são registradas pelas professoras e o relatório completo com o desenvolvimento do aluno é apresentado às famílias em reuniões. “Neste momento, as próprias famílias estão fazendo o registro e enviando às professoras, inclusive com fotos e vídeos”, completa a coordenadora geral.
Nos primeiros anos no Ensino Fundamental 1, os alunos ainda contam com o apoio de um adulto para desenvolver as atividades. Mais uma vez, as propostas seguem o que é feito na escola, com momentos de brincadeiras, vivências e também o conteúdo adequado à faixa etária, inclusive a continuação da alfabetização – que já havia começado em sala de aula.
No 4° e 5° anos, os alunos já têm blocos de aulas, com explicação do conteúdo, vídeos e propostas de atividades.
Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental 1, as atividades ficam disponíveis das 7h30 às 19h30, mas com a recomendação de que, preferencialmente, as famílias se organizem para realizá-las no horário regular de aula, mantendo assim uma rotina mais próxima da realidade. “Como são alunos ainda pequenos e, muitas vezes, dependem de um adulto para realizar as atividades, optamos por não limitar o horário para facilitar a adaptação da família”, ressalta Maura.
Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio
A partir do Fundamental 2, os alunos mantêm, no ambiente virtual, a rotina de horário de aulas que tinham nas aulas presenciais. Todos os dias, a partir das 7h30, os alunos têm encontros ao vivo e online com os professores, que explicam o conteúdo e propõem atividades para serem desenvolvidas no período da aula. E o professor fica o tempo todo à disposição para tirar dúvidas e auxiliar no que for preciso.
No período da tarde, ainda há algumas tarefas para serem feitas. “A escola não é só o momento das aulas”, lembra Maura. “Por isso, neste período de quarentena, procuramos estruturar uma rotina o mais próximo possível do que os alunos têm quando vêm à escola”.
Participação das famílias e dos alunos
Neste processo, a participação dos alunos tem sido muito importante. “Como eles entendem muito mais dessas tecnologias que nós, eles estão nos ajudando muito, com sugestões e dicas”, conta Daniela Almenara. “Todos os alunos estão muito receptivos e participativos. Está sendo uma interação muito bacana!”.
As famílias também estão muito presentes neste momento. “Este novo formato de aulas está nos dando a oportunidade de estar ainda mais próximos das famílias, especialmente de Fund 2 e Médio que, em geral, têm menos contato com a escola”, lembra Almenara. “Temos pais que passam atrás dos filhos que estão participando de aulas online e dão um ‘tchauzinho’ para os professores, se apresentam, conversam. Em meio à crise, estamos vivendo também momentos de aproximação com as famílias”.