Com atividades e orientações não-presenciais desde o dia 18 de março, a Escola Santi mantém em movimento o processo pedagógico envolvendo todos os alunos. Associada à Abepar, a Santi atende da Educação Infantil ao Ensino Fundamental 2. “Um de nossos grandes esforços nesse novo contexto é propiciar que os alunos reconheçam as propostas da escola no ambiente virtual, se conectem com elas e tenham condições para seguir aprendendo”, conta Dami Cunha, diretora pedagógica da Educação Infantil ao 2° ano. Para isso, a equipe pedagógica optou pela utilização de plataformas diferentes nos segmentos, o Padlet, para a Educação Infantil, e o Google Classroom, para todo o Ensino Fundamental.
A diretora pedagógica ressalta que “para além de comportar as propostas e o conteúdo, para nós era fundamental que as plataformas oferecessem a possibilidade de promover ‘encontros’ entre professores e alunos, fossem estes por meio da postagem de vídeos ou em interações ao vivo”.
E os primeiros resultados positivos já começaram a acontecer. “Já na primeira semana de atividades não-presenciais, uma aluna disse à mãe: ‘Hoje é sexta, então não vai ter lição de casa’, relacionando a rotina virtual ao dia a dia na escola”, destaca a Cunha.
O início do trabalho remoto
Antes mesmo do anúncio de que as escolas deveriam ser fechadas, a equipe Santi já vinha estudando possíveis cenários e antecipando algumas ações. “Quando recebemos a notícia do fechamento gradual das escolas, intensificamos o trabalho de forma que, na terça-feira, as famílias já puderam retirar os materiais que preparamos para serem levados para casa, como livros, apostilas e kits de apoio às atividades remotas que teriam início na quarta-feira”, lembra Dami.
A Santi elaborou ainda tutoriais com orientações sobre a utilização de cada ferramenta, preparando assim os alunos e as famílias para a nova rotina.
Educação Infantil
As atividades não-presenciais na Educação Infantil começam diariamente com um ritual parecido com o cotidiano presencial da escola: apresentando a rotina do dia. “O que as crianças viam no mural ao entrar na sala, elas encontram no ambiente virtual do Padlet”, ressalta a diretora pedagógica.
Em seguida, os professores propõem uma investigação ou uma conversa sobre algum tema que já estava em andamento. Há também, no decorrer da semana, convites a brincadeiras, propostas em artes, músicas e histórias e até sugestões de paradinhas para lavar as mãos ou tomar um lanche. Para estes momentos, as professoras lançam mão de recursos como vídeos, imagens e links.
Dami explica que a linguagem na plataforma e no material postado pelas professoras tem a finalidade de travar um diálogo direto com as crianças. “Ainda que haja a necessidade um adulto fazendo a mediação, o tom da conversa e dos encaminhamentos das professoras é voltado às crianças”.
Uma consideração importante da Santi na hora de elaborar o planejamento é o tempo de exposição das crianças à tela. Por isso, embora as orientações estejam no ambiente virtual, grande parte das propostas encaminham à exploração de outros espaços. “A professora orienta as atividades pela tela, mas sugere que os alunos façam uma investigação na cozinha, por exemplo, ou que realizem alguma interação com as famílias, ou ainda se organizem para explorar materiais de arte”, explica Dami Cunha.
Os vídeos e materiais postados ficam disponíveis sem limite de horário para facilitar a adaptação das famílias.
Ensino Fundamental
Os alunos do 1° ao 9° ano do Ensino Fundamental têm um cronograma semanal organizado com aulas das diferentes áreas do conhecimento, como no currículo regular. Os alunos das séries iniciais do Fund 1, especialmente do 1° e 2° anos, ainda precisam do apoio e supervisão de adultos da família para a execução das atividades. A partir do Fund 2, eles já têm maior autonomia para participar das aulas e realizar atividades por conta própria.
Na sala de aula virtual, os professores explicam os conteúdos e propõem atividades diversas, que podem ser desenvolvidas na própria plataforma, o Classroom, nos materiais de apoio enviados pela escola ou por meio da exploração de outras ferramentas e ambientes virtuais, como aplicativos e blogs.
Ainda no ambiente virtual, os professores fazem correções e comentários a respeito das atividades. “Em algumas situações os professores disponibilizam gabaritos para que os alunos possam cuidar da revisão das próprias produções, identificando dúvidas”, destaca Dami Cunha.
Aprimorando o trabalho e aproximando as pessoas
Neste (ainda) curto período de atividades não-presenciais, o retorno de famílias e alunos já ajudam a Santi a identificar caminhos de acerto e pontos de atenção. “De maneira geral, estamos tendo feedbacks bastante positivos, tanto das famílias quanto dos alunos”, conta a diretora pedagógica. “Mas também já detectamos alguns pontos com necessidade de aprimoramento”.
Um destes pontos fortes é a aproximação dos alunos com os professores e entre eles próprios. “Por enquanto, as interações aconteceram por meio da gravação de vídeos, mas já estamos começando os testes com aulas ao vivo e a resposta está sendo muito positiva”, lembra Cunha. “Outra experiência bacana foi uma roda de conversa virtual entre os alunos. Sabemos que essa aproximação entre eles vai se tornar cada vez mais importante, conforme o tempo de confinamento for aumentando.”
Pensando na manutenção do vínculo entre os alunos, a Escola Santi prevê ampliar as interações entre crianças e jovens. Para Dami, “as relações e a convivência são aspectos centrais da vida na escola e continuarão sendo preservados por ela, ainda que, provisoriamente, à distância”.
Desafio crescente
A Santi, como todas as escolas do país, está passando por uma situação jamais imaginada. Mas, mesmo diante da nova e desafiadora realidade que se impõe, “estamos nos surpreendendo com o que somos capazes de realizar juntos, como comunidade”, conta Dami. “É gratificante perceber a permanência dos valores que orientam o nosso projeto e a dimensão das relações constituídas com toda a equipe. Tudo o que conseguimos é fruto de intenso trabalho e engajamento de todos”.
Ao mesmo tempo, a equipe mantém os pés no chão. “Sabemos que estamos num momento de encantamento, orgulhosos com a qualidade do que conseguimos produzir até aqui para garantir a continuidade da nossa missão”, diz Dami Cunha. “Mas estamos conscientes de que este é apenas o começo. Quanto mais tempo esta situação durar, maiores serão os nossos desafios. Acreditamos, no entanto, que, com a união da equipe e a parceria das famílias, construiremos as melhores condições para os alunos e teremos boas histórias para contar quando tudo isso passar e pudermos voltar a ser, por inteiro, a escola que defendemos e desejamos”.