O construtivismo e a preparação para o vestibular

por Escola da Vila 

Podemos dizer que todo segundo semestre a história se repete para milhares de estudantes do terceiro ano do Ensino médio. Depois de diversos anos se relacionando com aquilo que chamamos de educação básica, vários estudantes passam a encarar o temido vestibular.

Sem muito receio, afirmarmos que “Chegou a hora”. Hora de um conjunto de grandes decisões para muitos estudantes, decisões que talvez, lá na frente, vamos dizer se foram relevantes ou não, mas, no momento, podem ser classificadas como “grandes” e é bem provável que sejam essas as primeiras grandes decisões da vida de muitos – decisões necessárias e que dominam a cabeça do vestibulando. Entre elas, podemos destacar a escolha da universidade e a escolha da carreira, apesar de entendermos que, numa sociedade contemporânea e em constante mutação, todas essas escolhas podem ter pouca relevância naquilo que será feito em termos profissionais lá na frente. Hoje vivemos uma sociedade que, em suas constantes mudanças, tem percebido, nos últimos anos, que a escolha de uma carreira definitiva é bem provável que não aconteça nessa idade, ou melhor, que o conceito de carreira definitiva, pensando em nomenclatura e atribuições, talvez nem exista mais… Cada vez mais nos convencemos de que uma carreira será gerenciada por cada um de nós ao longo dos anos, com diversas possibilidades de transformação, variando a busca por formação por conta de uma constante mudança das atribuições.

Muito embora essa percepção ainda não tenha atingido todos em sua plenitude e, portanto, essa consciência ainda não faça parte do pensamento coletivo, ou seja, muitos ainda acreditem que é dever escolher já a instituição em que estudaremos bem como a nossa profissão e, também, visualizar uma carreira inteira – e eu reforço: tudo isso com dezessete ou dezoito anos de idade!

Toda essa reflexão mostra que um momento que sempre foi difícil caminha cada vez mais para um aumento de sua complexidade. Mas hoje aqueles que refletem e pensam sobre o assunto concordam que uma carreira de sucesso é fruto de boas decisões tomadas ao longo de toda uma trajetória de vida.

Hoje o projeto de vida ou projeto pessoal é um balizador das ações na educação básica, aparece até mesmo na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), o famigerado vestibular, que antigamente era composto quase que unicamente de questões de múltiplas escolas e, no máximo, uma variação para questões dissertativas, portanto envolvia unicamente o conhecimento de conceitos. Esse tipo de exame passou a ser questionado, ou melhor, alterado. Diversas instituições têm procurado diversificar o seu processo seletivo, principalmente por conta de demandas da sociedade em relação às características dos seus alunos e alunas ingressantes.

O perfil de egresso nas universidades atualmente é aquele que domina as dez competências gerais da base:

  • conhecimento;
  • pensamento científico, crítico e criativo;
  • repertório cultural;
  • comunicação;
  • cultura digital;
  • trabalho e projeto de vida;
  • argumentação;
  • autoconhecimento e autocuidado;
  • empatia e cooperação e responsabilidade e cidadania.

Uma mudança muito grande no perfil de anos anteriores, diferente daquele que vinha sendo formado pela maioria das escolas de educação básica.

Mas onde o construtivismo e a Escola da Vila entram nessa história?

Quando a opção educativa é a do conhecimento para a ação crítica, o ensino deve orientar-se para propor um saber escolar complexo. (…) Um conhecimento que seja global, integrador, contextualizado, sistêmico, capaz de enfrentar as questões e os problemas abertos, difusos que a realidade coloca. (Antoni Zabala)

Segundo a citação de Antoni Zabala, educador e uma de nossas maiores referências quando o assunto é Construtivismo, o conhecimento do aluno ou aluna precisa ser global, contextualizado e com muito sentido dentro da sociedade, tudo isso faz um estudante muito mais cidadão e muito mais pronto para realmente agir na sociedade de maneira significativa. Então percebemos aqui que a proposta pedagógica da Vila conversa muito bem com tudo aquilo que o vestibular tende a procurar.

Hoje podemos dizer que são 3 os valores considerados básicos dentro da nossa proposta: conhecimento, autonomia e cooperação.

Um jovem formado com esses valores como referência tende a desenvolver um conjunto de competências que propiciam que seja um agente real de transformação em uma sociedade complexa que conversa com tudo aquilo que o vestibular vem convergindo cada vez mais dentro da sua busca.

 

(Imagem: sengchoy/iStock.com.br)

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