Escolas particulares de excelência criam em São Paulo uma associação para disseminar as boas práticas pedagógicas e de gestão. A Abepar quer fazer com que a voz da escola particular seja ouvida no Congresso e também junto ao Poder Executivo, mídia e sociedade em geral. Da associação participam algumas das mais bem-conceituadas escolas do Estado.
Somos um país de quase 50 milhões de alunos matriculados em instituições públicas e privadas de educação infantil, ensino fundamental e médio. Somos um país de estudantes que já superou em boa parte o desafio da universalização, mas que ainda se vê às voltas com um ensino de qualidade precária. Trata-se agora de injetar qualidade em todo o ciclo do ensino básico. E não só no plano pedagógico.
Precisamos de bons gestores, de profissionais capacitados a lidar com as diferenças, de equipes aptas a compreender os novos temas que a sociedade propõe hoje à escola, como a inclusão, a questão dos gêneros, o mercado de trabalho em transformação disruptiva, o uso eficaz das novas tecnologias e tantos outros.
Oferecer educação de qualidade para tantos alunos é um desafio enorme, especialmente agora que o mundo vive uma era de mudanças contínuas, que vem transformando a vida econômica e social, produzindo cenários que ganham a cada momento uma nova e inesperada configuração.
Nesse contexto, o conhecimento é recurso essencial para entender essa nova dinâmica social. O conhecimento está, na verdade, no âmago dessa transformação incessante que produz efeitos em todas as esferas – na atividade econômica, no campo científico e tecnológico, na dimensão social e na vida diária de cada um de nós.
Para conviver bem nessa nova era do conhecimento, as pessoas precisam muito mais do que dominar operações simples e saber ler e escrever, como era possível até o século passado. É preciso dominar operações complexas, compreender a fundo um texto técnico e saber expressar-se com proficiência em mais de um idioma. Infelizmente, não é este aluno que estamos formando em grande parte das escolas brasileiras.
Precisamos mudar profundamente esse status quo. O Brasil não será um país com um bom nível de desenvolvimento econômico e social no século 21 se não formos capazes de mudar essa realidade. Não haverá redução da desigualdade social se mantivermos a qualidade do ensino no patamar atual. A educação constitui, sem dúvida, o móvel principal capaz de elevar a qualidade de vida da população e de reduzir as disparidades sociais.
Diante disso, nós, representantes de escolas particulares no Brasil, decidimos dar um passo adiante. Queremos contribuir decisivamente para a transformação desse quadro. Em busca desse objetivo maior, decidimos criar a Associação Brasileira de Escolas Particulares.
Reunimos instituições de excelência, que oferecem da Educação Infantil até o Ensino Médio, passando pelo Ensino Fundamental. Vamos agora somar recursos, talentos e trabalho para atuar em favor da qualidade de ensino no Brasil. Queremos também dar visibilidade e voz qualificada à escola particular nos debates sobre questões relevantes da educação nacional.
Escola particular quer ser ouvida
O protagonismo do legislador brasileiro sobre temas afetos à educação é motivado muitas vezes pelo saudável propósito de buscar o melhor para os estudantes. Falta, no entanto, aos representantes do Executivo, aos membros do Congresso Nacional e dos poderes legislativos estaduais e municipais chamar à mesa de negociações todos aqueles que conhecem profundamente o assunto. A escola particular, por exemplo, muitas vezes só toma conhecimento de decisões absolutamente importantes para a sua atividade através de edições do Diário Oficial.
Disseminar a excelência
Parte do trabalho da Abepar será direcionado ao debate e à propagação, entre as instituições privadas, das melhores práticas pedagógicas, dos mais eficazes projetos de gestão escolar, de temas inovadores que desafiam a escola hoje, como a inclusão de alunos com necessidades especiais, da discussão das questões de gênero, das novas tecnologias voltadas à educação, entre outros.
Inclusão bem-sucedida requer união de todos
Outro campo promissor para o compartilhamento de experiências com a escola pública é o da inclusão de alunos com necessidades especiais. Trata-se, como sabemos, de um desafio universal, que foi agora transformado em lei no Brasil.
Acolhemos 9 milhões de alunos
A escola particular no Brasil acolhe cerca de 9 milhões de alunos de todas as idades – da educação infantil ao ensino médio. No Estado de São Paulo, somos quase 11 mil escolas que atendem 2,3 milhões de estudantes (contra 4,5 milhões de alunos matriculados na rede pública). Na capital as escolas privadas somam 1,2 mil e atendem 1,2 milhão de alunos.