Escola da Vila fala sobre importância do currículo escolar

O currículo escolar vai muito além de uma lista de conteúdos a serem ensinados. Na Escola da Vila, ele é pensado como um conjunto de práticas e diretrizes que formam valores, competências e habilidades essenciais para a vida. Neste texto, a escola apresenta suas cinco dimensões formativas e os direcionadores que estruturam seu projeto pedagógico.

Confira a seguir a matéria publicada no site da Vila:

Vamos falar de currículo? Será que isso importa?

Por Sônia Barreira – Diretora da Vila das Infâncias

Publicado em 10 fev 2025

Quando a escola fala de currículo, as famílias logo pensam na lista de conteúdos que os estudantes aprenderão, por isso querem saber se há isso ou aquilo “no currículo”. Às vezes, pensam também em analisar se o currículo é “forte o suficiente”, ou seja, se a escola “vai ensinar tudo o que é necessário”. Mas necessário para o quê? E se preocupam também em saber se o currículo tem temas contemporâneos, se tem equilíbrio entre as áreas, se é motivador e incentiva o estudante a gostar de aprender.

Para nós da Vila, a ideia de currículo vai um pouco além: ela envolve tudo o que mencionamos acima e também  talvez até principalmente: como tudo isso será ensinado? Há dois fatores para responder essa pergunta.

O primeiro é o enfoque metodológico; este nunca é neutro, pois influencia o que é transmitido. Se você ensina Matemática sem resolução de problemas, está ensinando menos. Se ensina Ciências sem favorecer a investigação, está ensinando pouco. E assim por diante. O segundo ingrediente importante são os direcionadores do currículo, que  ajudam o estudante a estabelecer relações entre o conteúdo das áreas de conhecimento e a formação geral que a escola pretende dar, aonde ela quer chegar.

Muitas das nossas famílias já sabem que temos um currículo flexível, em espiral, por projetos, e que não visa apenas aos conceitos das disciplinas, mas também aos procedimentos e às atitudes – ou seja, já ouviram por aqui que trabalhamos com um currículo por competências.

Vamos gastar algumas linhas para explicar que, quando falamos de currículo flexível, não queremos dizer, em hipótese alguma, que ele é opcional, que muda ano a ano ou de turma para turma. O conceito flexível é utilizado apenas para garantir que ele possa se transformar sempre que necessário, que possa incorporar novas preocupações formativas e  contemplar um pouco mais os interesses e preferências dos estudantes, mas isso sem perder sua característica fundamental, que é ser institucional e estar claramente dirigido para a construção de competências cuidadosamente identificadas como relevantes para cada Ciclo.

Quando dizemos currículo em espiral, queremos apenas dizer que há conteúdos complexos que precisam comparecer em diferentes contextos e com graus de complexidade progressivos para serem bem aprendidos. Desta forma, estudar a água, o lixo ou as cidades não é algo que se encerre em um ou dois anos, mas são temas que voltarão a aparecer no currículo escolar algumas vezes, favorecendo o aprofundamento e domínio cada vez maiores por parte dos estudantes.

E quando trazemos notícias sobre projetos, não queremos dizer que não estejam aprendendo Matemática, Ciências ou Geografia. Ao contrário, estão aprendendo conteúdos destas áreas em contextos reais e voltados à resolução de problemas. Deste modo, os conteúdos fazem mais sentido e são apropriados de modo muito mais eficiente pelos estudantes.

E por fim, quando dizemos que estão construindo competências, é porque temos como foco que aprendam a usar suas aprendizagens em situações reais, e que a escola não seja apartada da vida complexa e pulsante de todos os dias.

Mas há outras preocupações formativas que não se esgotam nos projetos ou disciplinas, e que atravessam o currículo regular e devem estar presentes em propostas variadas, em vivências significativas e em experiências que não sejam esquecidas depois das provas.

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